Dengue: com a chegada do verão, todo cuidado é pouco!

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O vírus da dengue é transmitido pela picada do Aedes aegypti, um mosquito diurno, que se desenvolve em depósitos de água parada, comuns em quintais de casas residenciais

 

dengue é uma doença causada por um arbovírus, ou seja, um vírus que é transmitido pela picada de insetos, especialmente os mosquitos. No caso da dengue, a transmissão é feita pela picada da fêmea do Aedes aegypti.

O Aedes aegypti é um mosquito diurno, que se multiplica em depósitos de água parada, que se acumulam principalmente em quintais e no interior de casas residenciais. Existem quatro tipos diferentes do vírus da dengue, os sorotipos 1, 2, 3 e 4, que causam as diferentes formas da doença.

A partir de 2014, seguindo a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil passou a utilizar a nova classificação da dengue. Dessa forma, a dengue é considerada uma doença única, dinâmica e sistêmica, de amplo espectro clínico, que pode apresentar ou não sintomas.

 

Transmissão

Após picar uma pessoa infectada, com um dos quatro sorotipos do vírus, a fêmea do Aedes aegypti se infecta com o vírus e, ao picar outras pessoas, passa a transmiti-lo. Além disso, existem também registros de transmissão do vírus da dengue por transfusão sanguínea.

Não há a transmissão de uma mulher grávida para o feto, porém a dengue pode provocar um aborto ou parto prematuro. Além disso, a gestante está mais suscetível a desenvolver o quadro grave da doença, que pode levar à morte.

Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis, embora as crianças ou idosos com mais de 65 anos tenham risco aumentado, porque a dengue pode interagir com doenças pré-existentes, gerando complicações nas condições clínicas de saúde da pessoa.

dengue é uma doença cujo período de maior transmissão coincide com o verão, devido aos fatores climáticos favoráveis à proliferação do Aedes aegypti em ambientes quentes e úmidos.

 

As três formas da dengue

A maioria das infecções de dengue é assintomática. No entanto, quando surgem, os sintomas costumam evoluir em três formas clínicas:

  • Dengue clássica: forma benigna, similar à gripe;
  • Dengue com sinais de alarme: mais grave, caracterizada por alterações da coagulação sanguínea;
  • Dengue grave: forma raríssima, mas que pode levar à morte, se não houver atendimento rápido e especializado.

 

Dengue clássica

Nos adultos, a primeira manifestação é a febre alta (39ºC a 40ºC), de início abrupto, acompanhada de dor de cabeça, prostração, dores musculares, dores nas juntas e atrás dos olhos, vermelhidão no corpo (exantema) e coceira.

Anorexia, náuseas, vômitos e diarreia não volumosa podem estar presentes, mas são menos frequentes. Em um período de 3 a 7 dias, a temperatura começa a cair e os sintomas geralmente regridem, mas ainda pode persistir um quadro de prostração e fraqueza durante algumas semanas.

Nas crianças, o sintoma inicial também é a febre alta, juntamente com apatia, sonolência, falta de apetite, vômitos e diarreia. A vermelhidão pode estar presente ou não.

 

Dengue com sinais de alarme

As manifestações iniciais da dengue com sinais de alarme são as mesmas da dengue clássica. Entretanto, depois do terceiro dia, quando a febre começa a ceder, aparecem sinais de hemorragia, como sangramento nasal, gengival e vaginal, e rompimento dos vasos superficiais da pele (petéquias e hematomas).

A maioria dos sinais de alarme é resultante do aumento da permeabilidade vascular, a qual marca o início do deterioramento clínico do paciente e sua possível evolução para o choque por extravasamento de plasma.

Em casos mais raros, podem ocorrer sangramentos no aparelho digestivo e nas vias urinárias.

 

Dengue grave

Na dengue grave, o potencial de risco é evidenciado por algumas complicações como sintomas cardiorrespiratórios, insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural.

Alterações neurológicas como delírio, sonolência, depressão, coma, irritabilidade extrema, psicose, demência e amnésia também podem ocorrer. Geralmente, as manifestações neurológicas surgem no final do período febril ou na convalescença.

A forma grave da doença pode manifestar-se com extravasamento de plasma, levando ao choque ou acúmulo de líquidos, que causa desconforto respiratório, sangramento grave ou sinais de disfunção orgânica atingindo o coração, os pulmões, os rins, o fígado e/ou o sistema nervoso central.

Atenção! A dengue é uma doença que pode evoluir rapidamente da fase febril para quadros de maior gravidade. É importante destacar que a pessoa só desenvolve imunidade para o tipo de vírus que contraiu e ainda pode infectar-se com outro sorotipo, o que aumenta o risco da doença na sua forma hemorrágica.

 

Diagnóstico

O diagnóstico de dengue é realizado por meio da anamnese, que é o levantamento do histórico de sintomas do paciente, realizado durante a consulta médica.

O teste rápido, utilizado para identificar anticorpos contra a dengue, é realizado em menos de 20 minutos, o que permite iniciar o tratamento mais rapidamente. Gratuito, pode ser feito nos postos de saúde, por qualquer pessoa e em qualquer momento, pois não é necessário fazer jejum.

No entanto, o diagnóstico definitivo só é realizado com exames laboratoriais. Nos três a cinco dias iniciais da doença, é possível realizar exame PCR (para identificar a presença do vírus no sangue) ou sorológico (para detectar anticorpos contra o vírus).

O exame PCR visa a identificar o vírus na corrente sanguínea e estabelecer o sorotipo, permitindo o diagnóstico diferencial para outras doenças causadas pela picada do Aedes aegypti e que causam sintomas semelhantes, além de permitir que o médico inicie um tratamento mais específico.

O exame sorológico tem o objetivo de diagnosticar a doença por meio da concentração de imunoglobulinas IgM e IgG no sangue, que são proteínas que têm sua concentração alterada em casos de infecção.

O hemograma, em que são verificadas as quantidades variáveis de leucócitos e linfócitos, e o coagulograma, que verifica a capacidade de coagulação do sangue, também são solicitados para diagnóstico da dengue, principalmente da dengue com sinais de alarme.

A prova do laço é um exame rápido que verifica a fragilidade dos vasos sanguíneos e tendência a sangramento, sendo muitas vezes realizado em caso de suspeita de dengue clássica ou dengue com sinais de alarme.

Esse exame consiste em interromper o fluxo sanguíneo no braço e observar o aparecimento de pequenos pontos vermelhos, havendo mais risco de sangramentos quanto maior a quantidade de pontos vermelhos observados.

Apesar de fazer parte dos exames indicados pela OMS para diagnóstico da dengue, a prova do laço pode fornecer resultados falsos quando a pessoa está fazendo uso de medicamentos, como aspirina ou corticoides, ou se encontra na fase pré ou pós menopausa.

 

Tratamento

Até o momento, não existe tratamento específico contra a dengue. Por isso, o tratamento é sintomático e exige ingestão de grande quantidade de líquidos, para evitar desidratação, além de medicamentos antitérmicos e analgésicos, para aliviar a febre e as dores.

Pacientes com dengue, ou com suspeita da doença, nunca devem recorrer à automedicação, pois jamais podem utilizar antitérmicos que contenham ácido acetilsalicílico na composição, nem anti-inflamatórios, porque tais medicamentos interferem no processo de coagulação do sangue.

 

Vacina contra dengue

Atualmente, no mundo, existe uma vacina chamada Dengvaxia, indicada para prevenir a dengue, causada pelos quatro sorotipos da doença. No entanto, a vacina não deve ser tomada por quem nunca teve a doença, porque o imunizante é considerado seguro apenas para aqueles que já foram infectados pelo vírus.

A Dengvaxia é vendida na rede privada e o indivíduo deve receber três doses, com intervalo de seis meses entre elas. Até o momento, a Dengvaxia não está disponível no Programa Nacional de Imunizações (PNI), que garantiria a gratuidade na aplicação da vacina para a população elegível.

Em contrapartida, desde 2009, o Instituto Butantan desenvolve uma pesquisa científica para uma vacina contra dengue, em parceria com a farmacêutica Merck e o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID, na sigla em inglês).

O estudo da vacina contra dengue está na etapa de acompanhamento, que consiste na avaliação dos voluntários durante cinco anos. A previsão é que a pesquisa seja concluída até 2024.

 

Prevenção: todos somos responsáveis!

A melhor forma de prevenir a dengue é evitar a proliferação do Aedes Aegypti, eliminando todos os focos de água parada no ambiente doméstico, que podem se tornar possíveis criadouros para o mosquito.

Dessa forma, é essencial retirar água parada de vasos de plantas, poças de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e/ou sem manutenção, e até mesmo de recipientes pequenos, como tampas de garrafas.

Outras medidas simples também podem ser adotadas, como substituir a água dos pratos dos vasos de planta por areia, tampar a caixa d´água e cobrir os grandes reservatórios de água.

Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, quando os mosquitos são mais ativos, proporcionam alguma proteção às picadas e podem ser uma das medidas adotadas, principalmente durante surtos da doença.

Repelentes e inseticidas também podem ser utilizados, seguindo as instruções de uso contidas no rótulo do produto. Telas anti-insetos proporcionam boa proteção para aqueles que dormem durante o dia, como bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos.

Clínica Geral no Hospital Presidente

O médico clínico geral é o especialista capacitado para atuar na prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças endêmicas, como a dengue.

Se você precisar de atendimento com um clínico geral, agende uma consulta no Hospital Presidente. Ligue para Ariana, no número de telefone (11) 2261-6611, ramal 1085, ou envie um e-mail para agendamento@hospitalpresidente.com.br.

O Hospital Presidente possui Pronto Atendimento (PA), 24h por dia e 7 dias por semana, equipe médica e de enfermaria capacitada, e um completo e moderno centro de exames, para proporcionar conforto e praticidade aos pacientes.

Referências

https://bvsms.saude.gov.br/penultimo-sabado-de-novembro-dia-nacional-de-combate-a-dengue/

https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/dengue/

https://www.tuasaude.com/como-saber-se-e-dengue/

https://g1.globo.com/saude/noticia/2022/03/29/vacina-da-dengue-do-butantan-tem-resposta-imune-superior-a-90percent-segundo-estudo-clinico-de-fase-2.ghtml

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